domingo, 28 de agosto de 2011

Presente do Universo


Voltei a trabalhar no Prédio do Monteiro Lobato, não na mesma empresa, mas no mesmo lugar.


E como toda rotina em um escritório nada poderia ser diferente. Demissões inesperadas, contratações, almoços, papéis, assinaturas e claro, gavetas.
Eu faço a limpeza de uma de nossas gavetas, chamada de pasta arquivo, uma vez ao mês.
Retiro analises antigas e deixo apenas as do mês vigente.


Eis que me surge nessa tarefa rotineira uma criatura encantada. Imaginei que não existissem nessa cidade de pedra onde me encontro.


E lá estava ela, uma joaninha, vermelha de bolinhas pretas. Tão linda e pequena da mesma forma que em minha infância.
Eu gostaria de saber o que ela fazia naquela escura gaveta.


Sai pela empresa mostrando meu achado. Algumas pessoas diziam não acreditar no que viam. Outros me olhavam com ar de reprovação, pensaram ser infantilidade talvez?
Outras faziam cara de nojo, torciam o nariz.


Vou fechar a porta do quarto, estou com fones de ouvido e parece que alguém me observa da porta, não gosto dessa sensação.


Pronto, porta fechada poderemos continuar.


Eu não sabia se fazia meu pedido, ou se deixava apenas para contemplar o momento...
Se eu tivesse encontrado uma barata, isso seria algo muitíssimo normal. Teria acontecido com qualquer pessoa.
Mas o universo resolveu me presentear.


Fiquei olhando ela caminhar entre meus dedos até que ela voou e eu não mais a vi.
Foi nessa hora em que voltei à realidade...


Chrystiane Castello

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